segunda-feira, outubro 24, 2005

Não ao Desarmamento: Uma Vitória Conservadora

Na noite de ontem, perto de dois terços dos eleitores brasileiros disseram não ao engodo do desarmamento civil. Um rotundo NÃO à rede capitaneada por ONGs com financiamento estrangeiro e à grande mídia de massas (em especial Organizações Globo).

Um alento no deserto de tantos retrocessos. É espetacular que a população tenha superado e se libertado de toda a massiva e hegemônica propaganda pelo desarmamento. O povo, instintivamente, reagindo antes com as vísceras e depois com o cérebro, intuiu que a proposta colocada não lhe traria benefícios e optou por ser prudente e não mudar, açodadamente, um direito e uma prerrogativa que distam da colonização do país.

Tal evento motiva ainda mais um otimismo de que vinha alimentando de que nem tudo está perdido e que há esperanças de o Brasil vir a ser salvo das garras da esquerda internacionalista e sua agenda de guerras de rede contra nossa sociedade.

Como de hábito nos embates entre conservadores e revolucionários, a reação dos primeiros é catalisada e potencializada pelas iniciativas dos segundos. Tal dialética pode parecer inteiramente benéfica aos conservadores pois força seu auto-reconhecimento como detentores de valores comuns, sua aglutinação, coordenação e por final uma ação conjunta, porém, também torna patente que os planos e os cronogramas das batalhas são sempre traçados pelos adversários, cabendo aos conservadores apenas a defesa de seus interesses. Como já apontei em post anterior, este jogo tem como resultados possíveis ou o avanço revolucionário ou, na melhor das hipóteses, um empate onde não há avanço, mas também nenhum retrocesso. Este é exatamente o caso deste referendo.

Os revolucionários continuarão na carga, agora não frontalmente, mas comendo pelas beiradas, e se não ficarmos vigilantes, a vitória de hoje será a derrota de amanhã.

Para virar o jogo de vez, é preciso tomar a iniciativa ofensiva, como por exemplo propor o abrandamento de condições draconianas do estatuto do desarmamento e lutar no Congresso pelo aumento de penas para crimes violentos.

Mas hoje é para comemorar, e com especial deleite, o tom totalmente soturno do Fantástico e a cara de tacho da Glória Maria representando todo o beautiful people global que, mesmo nas rodas de chope das calçadas do Leblon, devem estar com as gargantas um tanto engasgadas.

2 comentários:

Anônimo disse...

Ivan

O Estatuto tem q ser mexido ao menos em 2 pontos.

O primeiro q penaliza com 4 anos e prisâo em flagrante sem direito a fiança o cidadâo sem nenhuma "ficha na polícia" no caso de estar com uma arma nâo registrada.
A puniçâo é draconiana, daquelas q acabam nem sendo cumpridas exatamente por isso.

A segunda é a necessidade de, após passar pelo cipoal de documentos e provas q finalmente o habilitem, o cidadâo tem q informar PORQUE quer possuir uma arma. Ficará no alvendrio de algum burocrata decidir se o "porque" é razoável.
Se atendeu as exigências objetivas, q me parecem devam mesmo existir,o Estado nâo tem o direito q avançar na minha subjetividade e querer julga-la também.
Quero porque quero!!!!

Pedro

Unknown disse...

Pedro,

Concordo plenamente com o segundo ponto. A sociedade manifestou que considera a posse de armas um direito próprio, e não uma eventual benesse do Estado (situação perigosíssema por sinal). Tal direito para ser pleno e universal não pode ser discricionário, ou seja, se o cidadão preencher um certo conjunto de quesitos, o direito a posse lhe deve ser assegurado independentemente de autorização de qualquer comissário encastelado por trás de um balcão ou por cima de um carimbo.

Quanto ao porte não autorizado na rua, em especial com arma "pirata" ou de uso restrito, sou favorável a uma punição um tanto exagerada para efetivamente coibir ou desestimular tal prática. É uma presunção razoável (de novo o preconceito útil) que nesse caso o sujeito não deva ser "de bem".

Mas concordo que existe uma assimetria entre a pena estabelecida e a de outros crimes proporcionalmente bem mais graves, o que atenta contra a justiça.

Um abraço,
Ivan