quarta-feira, abril 05, 2006

Declaração dos Não-Direitos

O texto abaixo está disponível na internet com várias pequenas variações e é atribuído à Lewis W. Naper. Fiz uma tradução livre e adaptada do mesmo. O texto, embora americano até as raízes, nos faz refletir sobre a realidade brasileira e suas mazelas derivadas das mesmas causas que o autor procurou apontar e contrapor. Em particular, discordo da apologia da pena de morte.

O título é uma referência às dez primeiras emendas a constituição americana, demandadas pelos estados federados, e que ficaram conhecidas como "bill of rights" ("lei (ou carta) de direitos" aqui traduzida por "declaração de direitos").

Declaração dos Não-Direitos

Por Lewis W. Napper, candidato para o Senado americano pelo Partido Libertário do Mississippi em 2000.

“Nós, americanos de bom senso, no intuito de apoiar o entendimento entre todos, recuperar alguma aparência de justiça, para evitar mais baderna, manter nossa nação segura, promover comportamentos positivos e garantir as bençãos da liberdade indébita para nós mesmos e nossos descendentes, geração após geração, por meio desta declaração tentamos, mais uma vez, ordenar e estabelecer algumas orientações do senso comum para os chorões terminais, os dominados pela culpa, os iludidos e outros bebês-mijões esquerdistas.

Nós cremos nessas verdades como sendo auto-evidentes: que inúmeras pessoas são confundidas pela “Declaração dos Direitos” e têm uma visão tão turva que necessitam de uma “Declaração dos Não-Direitos”.

Artigo I - Você não tem direito a um carro novo, uma TV de tela grande ou qualquer outra forma de riqueza.

Melhor para você se puder adquiri-los legalmente, mas ninguém está garantindo nada.

Artigo II - Você não tem direito de jamais ser ofendido.

Este país é fundado na liberdade, e isto significa liberdade para todos, não apenas você! Você pode deixar a sala, mudar de canal ou expressar uma opinião diferente, mas o mundo é cheio de idiotas, e provavelmente sempre o será.

Artigo III - Você não tem direito de estar livre de danos.

Se você enfiar uma chave-de-fenda em seu olho, aprenda a ser mais cuidadoso, não espere que o fabricante da ferramenta faça de você e todos os seus parentes milionários.

Artigo IV - Você não tem direito à alimentação e moradia gratuitas.

Os americanos são as pessoas mais caridosas que você pode encontrar, e irão alegremente ajudar qualquer um em necessidade, mas nós estamos ficando cada vez mais cansados de subsidiar gerações e mais gerações de encostados profissionais que não realizam nada mais do que outra geração de encostados profissionais.

Artigo V - Você não tem direito à assistência médica gratuita.

Isto seria bacana, mas nós simplesmente não estamos interessados em saúde pública estatal.

Artigo VI - Você não tem direito de ferir fisicamente outras pessoas.

Se você raptar, estuprar, intencionalmente mutilar ou matar alguém, não se surpreenda se o resto de nós quiser vê-lo fritar na cadeira elétrica.

Artigo VII - Você não tem direito às posses de outrem.

Se você roubar, trapacear ou coagir os bens ou serviços de outros cidadãos, não se surpreenda se o resto de nós nos reunirmos e o trancarmos em um lugar aonde você ainda não terá direito a uma TV de tela grande ou a uma vida de lazer e ócio.

Artigo VIII - Você não tem direito de exigir que nossos filhos arrisquem suas vidas em guerras no estrangeiro para apaziguar sua dolorida consciência.

Nós odiamos governos opressivos e não iremos levantar um dedo para impedi-lo de combater se você assim o desejar. Entretanto, nós não apreciamos paparicar o mundo todo e não queremos gastar tanto do nosso tempo em combater cada pequeno tirano com um uniforme militar e um chapéu engraçado.

Artigo IX - Você não tem direito a um emprego.

Claro, todos nós queremos que todos vocês tenham um, e iremos alegremente ajudá-los em tempos difíceis, mas nós esperamos que vocês aproveitem as oportunidades de educação e treinamento vocacional postos a sua disposição para torná-los úteis.

Artigo X - Você não tem direito à felicidade.

Ser um americano significa que você tem o direito de perseguir a felicidade, que, diga-se de passagem, será muito mais fácil de alcançar se você não for sobrecarregado pela super-abundância de leis idiotas criadas por aqueles de vocês que são confundidos pela “Declaração de Direitos”.

Se você concorda com o acima estabelecido, nós o instamos a repassar isto para o maior número possível de pessoas. Não, você não tem que fazê-lo, e nada de trágico irá lhe ocorrer se não o fizer. Nós apenas cremos que é tempo para que o bom senso volte a florescer. Chame a isto de era da razão re-visitada.”

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