quinta-feira, outubro 14, 2010

Sobre Laicidade, Razão e Democracia

Muito se tem bradado ou brandido a laicidade do Estado brasileiro como argumento para tentar-se desqualificar, liminarmente, todo e qualquer debate político de tema que tenha origem ou seja de interesse de alguma crença religiosa, ficando implícito nesses casos que tais inserções no debate seriam “anti-democráticas”.

Se confunde, muitas vezes intencional e maldosamente, estado não confessional, aquele que não abraça nenhuma religião, em princípio para acolher a todas, com Estado Amoral. Há aqui uma crença oculta, com origem no Iluminismo, de que exista uma tal Razão, como que flutuando acima da História e do homen, com lógica própria e consistência interna, que está acessível a quem quer que conheça seus preceitos e métodos, e que prescinde de qualquer crença ou conhecimento anterior e ainda, horror dos horrores, da Tradição. Tal Razão seria moralmente neutra, mas se constituiria no primordial instrumento ou ferramenta para a ação de governantes em um “Estado laico”. Bem sabemos que tal crença frequentemente descamba em sociopatia e genocídio com múltiplos nomes (fascismo, nazismo, socialismo ou comunismo). É que como os chatos dos humanos insistem em não se encaixar nos “belos” sistemas e esquemas “racionais-amorais”, a solução “lógica e consistente” do sistema é eliminar os humanos.

Um contra-ponto final é lembrarmos que uma das nações mais democráticas de toda a história, o Reino Unido da Grã-Bretanha, é um Estado Confessional, com Igreja oficial “estabelecida” (de fato duas: Anglicana na Inglaterra e Presbiteriana na Escócia, uma se referidndo a outra como “dissidente” ou “não-conformista” e ambas com o rei/rainha como autoridade máxima).

Portanto, não há nada de fenomenal ou essencial na propalada laicidade do Estado, frequentemente usada para coibir expressões de religiosidade. O que é fundamental é a liberdade religiosa e o respeito à pluralidade.

2 comentários:

André R. disse...

Realmente meu amigo, vejo que Dilma por não possuir envergadura moral, já se posiciona na defesa com relação ao tema, com medo que perca votos. Seria melhor se assumisse sua posição e defendesse-a, para que o povo tome ciencia de suas intenções, pois um candidato a presidencia de republica, deve ser o mais transparente entre todos, pois não queremos nenhum bipolar que antes das eleições fala uma coisa e em seguida muda de opinião.

Grande abraço
André R.
www.transparenciapolitica.blogspot.com

Anônimo disse...

A Igreja e a religião, devem se ater a dizer o que é pecado. Quando ela se mete com leis o produto nao é bom para a propria humanidade e a história da igreja demonstra isso.